Setor Nuclear Brasileiro busca apoio parlamentar para impulsionar políticas públicas

O segmento nuclear no Brasil está empenhado em estimular o desenvolvimento de tecnologias e atividades nucleares por meio da criação de uma frente parlamentar. A iniciativa é liderada pelo deputado federal Julio Lopes (PP-RJ) e recebe o apoio da Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan). A expectativa é que a nova legislatura da Câmara dos Deputados intensifique os debates sobre esse tema crucial.

No momento, o setor aguarda a aprovação do registro da frente parlamentar. Julio Lopes já protocolou um requerimento junto ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para formalizar o pedido de registro. Até o momento, 103 parlamentares assinaram o requerimento, mas é necessário o apoio de mais colegas e entidades. Portanto, um esforço conjunto de articulação está em andamento para angariar mais assinaturas.

O deputado tem como meta obter 198 assinaturas. O presidente da Abdan, Celso Cunha, ressalta a importância do registro e das atividades da frente parlamentar voltada para a tecnologia e atividades nucleares no contexto do desenvolvimento do país. Ele enfatiza que a entidade pode fornecer informações valiosas aos parlamentares sobre o setor.

Outro objetivo crucial da frente parlamentar é fortalecer a participação política das empresas envolvidas na cadeia produtiva de base nuclear, como as de bens de capital, construção e montagem, consultoria e engenharia, operação de usinas e unidades fabris de sistemas e equipamentos.

Na área de geração de energia, a frente parlamentar vai priorizar a viabilidade econômica e técnica das usinas nucleares, bem como abordar a questão da irradiação de alimentos, um tema de relevância global. Diversos países já exigem a irradiação de produtos, e o Brasil tem a oportunidade de exportar produtos com maior valor agregado, desde que atenda a esses requisitos. Várias associações também estão envolvidas nesse processo.

No setor energético, há um interesse particular no progresso das obras da usina de Angra 3. O Brasil enfrenta o desafio de concluir a construção desse empreendimento em Angra dos Reis (RJ), que se estende desde 1984.

O trabalho de lobby envolve a reunião de congressistas para apresentar os principais pontos e discussões relacionados à frente parlamentar. Isso contribuirá para impulsionar a agenda e as pautas relevantes.

No âmbito executivo, a energia nuclear recebeu destaque no governo Bolsonaro, com investimentos na capacidade de enriquecimento de urânio e avanços na usina de enriquecimento isotópico de Urânio. No entanto, o governo atual fala sobre transição energética, mas ainda não esclareceu claramente a direção a ser seguida.

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